A Paixão de Infância

POR MARDÔNIO BENEVIDES

Empresário de renome no Estado no segmento de pedras, aço e vidro, o engenheiro Mardônio Benevides nutriu desde a infância uma relação especial com o universo artístico e dedicou os últimos dias de sua trajetória à paixão pela pintura.

Reconhecido como um dos mais destacados empresários do setor de arquitetura e decoração, Mardônio Benevides, que perdeu a luta contra o Covid-19 em março deste ano, foi também profundamente envolvido pelo amor à arte. Engenheiro civil de formação, fundou ao lado da mulher Luana Benevides, e depois dos filhos Pablo, César e Lorena, o Grupo LPM, uma das empresas pioneiras voltada para o segmento de pedras, aço e vidro, consolidada no mercado há mais de 20 anos. Apesar da sua dedicação pela engenharia, oferecendo suporte técnico aos muitos projetos que chegavam as suas mãos, ele sempre manteve uma relação especial com a pintura. Paixão que ainda se iniciou na adolescência, ao ganhar um kit de tintas de uma madrinha por volta dos 12 anos. O menino criado no sertão viu nas tintas a maneira perfeita de expressar a sensibilidade aguçada e dar vazão à criatividade. “Meu pai era uma pessoa muito criativa, estava sempre inventando alguma coisa. Desenhava um móvel novo para empresa, gostava muito de fotografar paisagens e tinha um olhar muito sensível para captar momentos do cotidiano, principalmente fotos dos netos”, conta Lorena Benevides, filha do empresário. Ainda bastante jovem, já fazia algumas caricaturas e chegou a produzir as próprias revistinhas em quadrinhos, mostrando a inquietude clássica de quem tem alma de artista. A carreira profissional, inicialmente na engenharia e posteriormente no comando da empresa, acabou por afastá-lo das telas e dos pincéis. Durante um longo período, a única experiência nesse sentido foi expor a escultura em madeira “Flor Mulher” no 1º Salão Universitário Cearense de Artes Plásticas, premiada em segundo lugar no evento. Um orgulho carregado por toda a vida. A vocação adormecida de artista acabou falando mais alto. Nos últimos anos de vida, após passar por um tratamento de saúde, a pintura voltou a ganhar espaço na rotina e se tornou um verdadeiro bálsamo de satisfação pessoal. Profundamente influenciado e orientado pelo irmão, o artista visual Valber Benevides, Mardônio montou ateliê em casa e se dedicou a produzir quadros em ritmo intenso. Até um perfil nas redes sociais foi criado somente para divulgar as telas, que fizeram bastante sucesso. Nas temáticas predominantes, obras sobre a infância no sertão, imagens sacras e abstrações em telas que expressam muita personalidade e
que carregam “um vies inspirado em Cândido Portinari”, nas palavras do irmão e incentivador. Uma trajetória de vida marcada por realizações, tanto profissional quanto pessoal, na qual a criatividade, a sensibilidade e o amor sempre estiveram presentes.


“Meu pai era uma pessoa muita criativa, estava sempre inventando algo”.


Após décadas afastado dos pincéis, Mardônio buscou a mentoria do irmão Valber Benevides para se atualizar e retomar a produção artística. Do ateliê montado em casa, o empresário estebeleceu um ritmo intenso de pinturas, tanto em óleo sobre tela quanto tinta acrílica, além de utilizar um perfil na internet (@mbaatelie2020) para divulgar sua obra.

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