O termo gótico surgiu no Renascimento como um insulto estilístico. Hoje, depois de idas e vindas na moda e na arquitetura, o estilo traz para os lares mais ousados um ar dark, misterioso e muito sofisticado.
O gótico flerta com outros estilos para criar um décor versátil e surpreendente.
Minimal Gothic
Espiritual por excelência, o gótico condenava a opulência do Barroco e do Rococó – vigentes entre os séculos XVII e XVIII – vistos como um sinal de excessivo materialismo e sensualidade. Fonte inesgotável de sofisticação e versatilidade, o estilo, que nunca caiu em total esquecimento, pode ganhar um tom dramático ou minimalista, a depender da proposta. O pano de fundo industrial garante um visual moderno ao estar assinado pela Delightfull, onde o pendente Coltrane, em aço inoxidável – disponível em diferentes combinações de cores, a exemplo do preto com dourado – é o centro das atenções. Na sala de jantar, o uso de poucos elementos decorativos também é a chave para um gótico de ares minimalista, onde as peças de efeito se destacam, a exemplo do pendente monumental, que ganha status de obra de arte junto à máxi tela, ao fundo. A peça, em metal cromado, é do Studio Kronos para a Cattelan Italia.
Do vidro ao veludo, o preto se alia a diferentes texturas e materiais, em ambientes onde impera a sofisticação.
Dark Mood
A.M. gen. 0259
O preto é um coringa na criação de ambientes com atmosfera gótica. Usado de formas diferentes, em texturas e objetos, ele preenche os espaços com austeridade e sofisticação. Para um resultado menos pesado, o tom se alia ao toque moderno das superfícies refletentes, como vidro e espelho. É o que acontece no ambiente da FIAM Italia, cujo painel em espelho chanfrado fumê, em composição com a poltronas totalmente em vidro, traz leveza e amplitude ao espaço. No ambiente assinado pela AltaModa, o preto surge soberano e elegante, com destaque para o mix de texturas e materiais, a exemplo do aparador em laca alto brilho com detalhes em cristal swarovsky.
Mais do que um código de estilo, de influência inegável na arquitetura e no vestuário, o gótico foi um movimento cultural e artístico que se desenvolveu durante a Idade Média e prolongou-se até o surgimento do Renascimento italiano. No início, era chamado de Opus Francigenum (Obra francesa), uma vez que sua origem remonta ao país europeu, de onde datam seus primeiros passos no âmbito da arquitetura, intimamente ligados aos novos rumos sociais, políticos, ideológicos e, principalmente, religiosos da época. Do século XII ao XIV, a Igreja Católica passou a focar na construção de catedrais, surgindo, então, o primeiro campo de ensaio do estilo gótico. Boa parte desses templos se caracterizam pelo verticalismo e por uma série de inovações arquitetônicas, como a exclusão das imensas paredes espessas, que foram substituídas por abóbadas cada vez mais elevadas e maiores, apoiadas sobre pilastras ou feixes de colunas. Assim, apesar do caráter sombrio que o gótico remete, as estruturas das construções passaram a ser mais leves e apresentar vãos mais amplos, que permitiam uma maior luminosidade na parte interna, revelando um delicado trabalho de vitrais em forma de rosáceas. No design de interiores, a inspiração se converte em ambientes que preservam essa aura mística e obscura, a partir do uso de cores profundas – em especial, o preto -, desenhos arredondados e móveis que aliam o peso de materiais como ferro forjado e madeira à leveza do vidro. Lustres imponentes, tapeçaria e outros elementos decorativos de efeito sofisticado e impactante arrematam a proposta, acrescentando um toque de dramaticidade ao estilo, que vem sendo revisitado e atualizado constantemente ao longo dos anos.
Estilo Democrático
O gótico se mantém como um recurso estético democrático, bem-vindo em ambientes que exploram os mistérios do passado com uma vibe contemporânea. O estilo se revela pela predominância do preto, inclusive no papel de parede em arabesco, conferindo uma aura dark a sala de jantar. A composição da FIAM Italia ganha um visual moderno com o móvel todo em vidro fumê.