Os arquitetos Ricardo Braga e Inês Sobreira nos contam o que viram, viveram e descobriram na Alemanha, um destino surpreendente, com sua tradição e histórias de reconstrução, que transborda cultura, arquitetura e design.
ão há quem visite a Alemanha sem se encantar pela sua riqueza cultural, artística e, principalmente, histórica. Castelos, igrejas e monumentos medievais, que mais parecem ter saído de livros e pinturas, lado a lado com construções modernas e ousadas, evidenciando o rico diálogo entre o antigo, tão valorizado e preservado, e o novo, motivo de orgulho para o seu povo – e também para os turistas, claro.
Os arquitetos Ricardo Braga e Inês Sobreira sabem muito bem o que é isso! Em recente visita ao País, o casal pôde ver de perto todos os encantos e belezas germânicas, além de boas surpresas, com direito à visita a igrejas, museus, parques e tradicionais lojas, em que a arquitetura e o design se faziam presentes em todos os momentos. A primeira parada da viagem foi em Munique, que deixou, definitivamente, qualquer resquício da alcunha de capital do nazismo para apresentar apenas o que interessa: a riqueza de sua história e a alegria do seu povo. Ricardo e Inês optaram por se hospedar no Hotel Intercity por estar situado em um ponto central da cidade, e de fácil deslocamento para os principais pontos turísticos, como a Praça Karlsplatze, um dos locais mais movimentados de Munique; a Igreja de Nossa Senhora (Frauenkirche), com suas duas torres, de 99 metros, podendo ser vistas de diversas partes da cidade e o Museu da BMW, que chama atenção pelo design futurista, entre outros destinos.
O casal também se surpreendeu com a alegria das pessoas, que estavam em festa por causa da Oktoberfest, o maior festival de cerveja do mundo. “Munique é bem maior do que imaginávamos, com inúmeras atrações históricas e modernas. Foi uma bela e encantadora surpresa”, diz o arquiteto. Após alguns dias, era hora de visitar outras cidades, como Innsbruck, anexada à Alemanha durante o nazismo, mas que hoje pertence à Áustria, com seus Alpes e belezas naturais de encher os olhos, e, de volta para a Alemanha, Nuremberg. “Tudo é muito lindo! Visitamos a igreja luterana de São Lourenço, com seu estilo gótico do século XIII, que foi reconstruída após a Segunda Guerra. Também fomos ao Nazi Party Rally Grounds, um conjunto impressionante de edifícios e áreas de desfiles do partido nazista”, conta. Além disso, Rothenburg, “cidade saída dos contos de fadas”, como afirma Ricardo Braga, Dresden e, claro, Berlim, também entraram no roteiro do casal. Na capital, a parada obrigatória foi o Portão de Brandemburgo, um dos marcos da Alemanha, e o Monumento do Holocausto, este último para um momento de reflexão histórica e respeito às vítimas. As descobertas não param por aqui! A seguir, Ricardo Braga e Inês Sobreira compartilham suas principais descobertas.
A Alemanha não se destaca apenas por suas construções seculares – como a Praça Karlsplatz, a Residenz Museum Munich, com suas incríveis obras de arte, e a câmera municipal Neues Rathaus, com sua torre lúdica -, mas também por uma arquitetura futurista que chama atenção, como o Museu da BMW.
ALEMANHA…
…E SUAS CIDADES QUE MAIS PARECEM TER SAÍDO DOS
LIVROS DE HISTÓRIAS INFANTIS.
Cada dia era uma experiência nova de descobertas e encantamentos para o casal. Ricardo Braga e Inês Sobreira se surpreenderam pela riqueza cultural e arquitetônica das cidades e vilarejos por onde passaram, muitas delas, como Rothenburg, verdadeiros cenários de conto de fadas.
IGREJAS
IGREJA DE SÃO MICHEL. Fundada em 1556, em Munique, é uma igreja jesuíta de estilo renascentista, que inspirou diversas outras igrejas do sul da Alemanha.
KAISER-GEDÄCHTNISKIRCHE. A igreja do século XIX foi um dos poucos monumentos que sobreviveram à II Guerra em Berlim. Milagrosamente, uma de suas torres se manteve em pé, e assim ficou, para lembrar as dores da guerra.
FRAUENKIRCHE. Outra igreja bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial, que foi reconstruída e entregue à população de Dresden nos anos 2000 e chama atenção pela sua arquitetura barroca, assim como a primeira construção. “Infelizmente, não podemos entrar, pois estava fechada para reparos”.
PALÁCIOS
RESIDENZ MUSEUM MUNICH. Foi a residência oficial dos duques e dos reis da Baviera, onde se pode observar diferentes estilos arquitetônicos, como renascimento, barroco, rococó e clássico.
CASTELO DE NEUSCHWANSTEIN. Construído na segunda metade do século XIX, perto das cidades de Hohenschwangau e Füssen, sua arquitetura serviu de inspiração ao “Castelo da Cinderela”, símbolo dos estúdios Disney.
HOHENSCHWANGAU. Foi a residência de infância do Rei Luís II da Baviera, tendo sido construído pelo seu pai, o Rei Maximiliano II. “Ficamos impressionados com a beleza e a riqueza deste castelo de estilo neogótico, em meio à natureza deslumbrante. Sem igual!”
MUSEUS
MUSEU DA BMW. Os amantes de carros que visitarem Munique devem passar pelo Museu da BMW. O prédio, também é uma atração à parte, graças à sua arquitetura futurista.
SPIELZEUGMUSEUM. O museu de brinquedos em Nuremberg conta a história e a evolução dos nossos brinquedos preferidos. “Adoramos ver os soldadinhos de chumbo e as casinhas de boneca”.
MUSEU DO HOLOCAUSTO. Memorial para os que morreram no Holocausto, foi projetado pelo arquiteto Peter Eisenman e engenheiros do Buro Happold e conta com 2.711 blocos de concreto. Há ainda uma sala com documentos e informações sobre as vítimas.
ARQUITETURA
NEUES RATHAUS. Edifício dos Paços do Conselho de Munique. “Além da estrutura arquitetônica de encher os olhos, chama atenção o adorável relógio com seus bonecos em miniatura”.
NAZI PARTY RALLY GROUND. Foi a área de desfiles do partido nazista e compreende um conjunto de construções impressionantes, projetadas por Albert Speer, com exceção do Salão do Congresso.
PORTÃO DE BRANDEMBURGO. O monumento é uma antiga porta da cidade, que foi reconstruída no final do século XVIII com doze colunas dóricas de estilo grego. Ele está para a Alemanha assim como o Arco do Triunfo está para a Franca.