Muito confundido com o boho, devido às afinidades estéticas entre ambos, o gipsy adentra as moradas contemporâneas e mostra que tem personalidade própria. De natureza nômade, assim como a dos ciganos, ele passeia por referências, cores e texturas variadas, compondo um mix eclético, marcado pelo despojamento. Saiba mais sobre suas origens e inspire-se em sua sofisticação despretensiosa!
Cigano contemporâneo
Caracterizado pela liberdade estética, que inspira o uso de itens decorativos cheios de informação visual, o gipsy encontra o equilíbrio perfeito ao assumir uma linguagem contemporânea e sofisticada, sem abrir mão do caráter despojado do estilo de vida nômade. Os livros organizados de forma despretensiosa sobre o piso evocam o espírito livre, dando a sensação de que o espaço está em constante mudança. O sofá modular Altopiano, da Zanotta, reforça esse dinamismo, ao mesmo tempo em que traz aconchego com o acolchoado com efeito metalassê. O contemporâneo se expressa por meio do mobiliário de estilo industrial, da Diesel, que contracena com a calidez da madeira, no piso, e com o tapete kilim, que referencia a artesanato de povos nômades da cultura oriental. Já os quadros e demais elementos decorativos são dispostos de maneira casual, fazendo um arremate despojado.
Texturas handmade, como o macramê e padrões geométricos se unem para dar vida à ambientes de alma gipsy.
Livre e leve
Um dos elementos-chave do estilo gipsy é o uso de texturas handmade, que entram em cena evocando um aconchego instantâneo para o décor. Nos dois recantos acima, ambos da Urban Outfitters, a tapeçaria de macramê veste as janelas, fazendo um link com o toque artesanal do tapete kilim. Objetos pessoais também ganham status decorativo, trazendo personalidade para a proposta, pontuada pelo frescor do verde. Na suíte da Urban Outfitters, a neutralidade do branco destaca a roupa de cama com padrão étnico, promovendo um clima leve e multicolorido ao décor, que abraça a estética gipsy de forma sutil, chic e inesperada.
Semelhanças à parte, boho, folk e gipsy são estilos diferentes – cada um com suas raízes e particularidades. O que faz com que sejam confundidos com frequência é que ambos partem de uma fusão despretensiosa de referências. Enquanto o bohemian toma emprestado a liberdade do movimento hippie e o folk traz elementos folclóricos para a música, o gipsy surge associado ao espírito nômade das tribos ciganas – o que torna quase impossível rastrear, geograficamente, sua origem, embora se suspeite que se deu através da migração de pessoas do subcontinente indiano para a Europa entre os séculos XI e XIV. Cada clã provém de uma região do mapa e, por isso mesmo, preserva tradições distintas. Dessa forma, o gipsy tem forte influência étnica, ao mesmo tempo em que não se prende a nenhuma cultura específica. Essa ideia chega aos interiores com total liberdade de expressão por meio de uma linguagem informal, que mescla elementos de diversas referências, sem abrir mão de seu clima místico. Originalmente, o estilo é caracterizado por uma profusão de cores – ora terrosas, ora vibrantes -, por padrões étnicos e por itens decorativos cheios de informação visual, organizados ou sobrepostos de maneira casual. Em sua nova leitura, o gipsy se apresenta dosado por tons mais neutros e suaves, mas temperado por cores vibrantes, mistura de estampas, revestimentos rústicos, elementos handmade e, claro, o toque de verde, trazendo um pouco do espírito nômade para o décor atual. A proposta assume uma postura contemporânea e extremamente pessoal, adicionando originalidade e ousadia aos espaços por meio de objetos que exaltam a simplicidade de forma elegante, leve e envolvente. A prova de que o gipsy pode, sim, fincar raízes na decoração, sem qualquer cerimônia.
Patchwork de estilo
Influenciado por diversas tribos, o gipsy é marcado pela facilidade com que se adapta a ambientes distintos. Eclético, o estilo pode ser incorporado a diferentes cômodos e propostas de ambientação. No living da Twils, o resultado chic e despretensioso da mescla do gipsy com o urbano. Na suíte assinada pela Roche Bobois, o gipsy dialoga com o industrial e o neogótico de forma simples e original, sem pender para nenhum lado. Já a sala de estar da Buster & Punch, a fusão entre o clássico, o contemporâneo e o gipsy ocorre de forma despretensiosa, impulsionando o uso de elementos distintos, sem compromisso formal com a estética. Aqui, o que importa é a total liberdade de criação.