Paredes Verdes

Em tempos de questões voltadas para a sustentabilidade, os jardins verticais surgem de forma planejada para trazer avida e o equilíbrio do verde sobre as superfícies de projetos arquitetônicos, em meio ao caos das grandes cidades.

A parede verde do restaurante Padrinos, na Cidade do México. O muro verde é parte do incentivo do governo local para melhorar o já conhecido ar poluído da cidade.
O jardim vertical do hotel Athenaeum, em Londres, tem a extensão de oito andares e foi criado pelo famoso botânico francês Patrick Blanc.

Olhe ao seu redor. A cada dia que passa, a Natureza trava uma batalha árdua e, em muitos casos, já perdida, contra a força do ser humano, a fim de manter seu equilíbrio enquanto devastamos florestas e áreas vivas em nome do progresso. Em nossas selvas de concreto, vidro e aço, a nossa conexão com o verde vem, na maioria das vezes, na forma de um paisagismo tímido em varandas de cimento. Felizmente, com a questão da sustentabilidade, os arquitetos estão empenhados em encontrar formas inteligentes de incorporar o verde em seus projetos, numa tentativa de impedir a perda de contato com um dos elementos vitais da natureza. As paredes verdes, também chamadas de muros vivos ou jardins verticais, por exemplo, viram literalmente “de cabeça para baixo” a ideia de um jardim comum, dessa vez tendo o teto, as paredes de um prédio ou área interna como suporte. Essa técnica, em que o solo e um sistema integrado de irrigação permitem que as plantas obtenham nutrientes suficientes para se desenvolverem, pode se apresentar numa variedade de tamanhos, dependendo do clima, efeito desejado, espaço disponível e orçamento. Tendência em países tão diversos, como Inglaterra, Austrália, México, Alemanha e Espanha, suas vantagens são inúmeras. A começar pela produção de oxigênio limpo em áreas poluídas, melhorando a qualidade do ar das cidades.

Plantas brotam através da dinâmica e chamativa fachada de alumínio fundido desta farmácia e clínica no Japão. Os painéis ligeiramente inclinados são feitos de monoblocos de fundição e dão uma aparência orgânica ao edifício, com projeto do escritório Kengo Kuma e Associados.

As ecoparedes também funcionam como excelentes isolantes acústicos, reduzindo o ruído urbano, combatem o efeito de ilhas de calor e aumentam a umidade atmosférica, proporcionando bem-estar e tranquilidade aos habitantes de cidades caóticas e estressantes, além de promover uma ligação física e espiritual com a Natureza. Os muros verdes também são ideais para prédios de regiões áridas, já que a água que circula nas estruturas verticais evapora bem menos que nas vegetações de jardins horizontais. A preferência é pelas plantas de forração de baixo porte, resistentes e de raízes não muito profundas em composições com diferentes espécies, colorações e texturas. Esteticamente, os jardins verticais oferecem uma visão sublime e impactante para quem os observa. Um simples muro pode se transformar numa bela intervenção poética de textura deslumbrante e natural em meio à atmosfera cinzenta das grandes cidades. As estruturas surpreendem por oferecer dinamismo às superfícies, numa arte que impulsiona a biodiversidade e possibilita um meio de comunicação com o tema ambiental. Nelas, a Natureza é a verdadeira arquiteta.

Jardins verticais numa escola de ensino médio em Cingapura.

As paredes verdes reduzem os efeitos da emissão de carbono, melhorando a qualidade e a umidade do ar.


A parede verde do museu CaixaForum Madrid.
O jardim sobre a fachada externa do Museu do Quai Branly, em Paris. Ambos são obras de Patrick Blanc.
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