Você consegue imaginar o que cidades como São Francisco, Rio de Janeiro, Londres, Dubai, Abu Dhabi e Shanghai têm em comum? A resposta é arte! Mais precisamente, novos museus de arquitetura marcante. Parece que há uma corrente das grandes metrópoles em busca de se consolidar como destino cultural e, com isso, o ressurgimento da era dourada dos grandes museus. Os amantes da boa arte agradecem, afinal, só nos últimos 25 anos, foram inaugurados cerca de 25 mil novos museus em todo o planeta, além de muitas ampliações e renovação dos já existentes.
Os novos prédios agradam muito além das valiosas peças que abrigam, já que possuem estruturas cada vez mais arrojadas, de linhas orgânicas, geométricas e futuristas, dignas de serem chamadas de obras de arte. A ideia é justamente modernizar o espaço dos museus, transformando as estruturas em verdadeiros espaços de contemplação, capazes de se tornarem ícones de suas cidades de origem. A arquitetura inovadora dos novos museus foi surgindo em todo planeta e, nos últimos cinco anos, o processo se acelerou, revelando magníficos templos de arquitetura e arte. A exemplo do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, inaugurado em outubro, em Lisboa. Desenhado pelo atelier da arquiteta britânica Amanda Levete, o prédio tem uma área expositiva de três mil metros quadrados, composto por quatro salas: Oval, Galeria Principal, Project Room e Video Room. Também é possível passear pelo topo do edifício, pois a cobertura foi pensada como sala ao ar livre.
O novo Museu do Design de Londres, com dez mil metros quadrados dedicados à inovação, será inaugurado em novembro com a intenção de “revolucionar” o mundo do design e se transformar em referência mundial.
Já em Londres, o Museu do Design deixa sua tradicional sede e se muda para a um edifício histórico reformado dos anos 1960, no bairro de Kensington. Concebido pelo arquiteto John Pawson com mobília da Vitra e “identidade visual” do Studio Fernando Gutiérrez, o museu conta com três andares que combinam uma exposição permanente gratuita e outras temporárias de tendências. Outro exemplo na mesma cidade é o Tate Modern, que ganhou mais galerias e novo design pelas mãos dos arquitetos Herzog & de Meuron, em que trabalharam quase toda a estrutura aberta para a área externa. E não só no Ocidente, os museus contemporâneos vêm ganhando força, inclusive, do outro lado do mundo. Somente a China somou 160 museus novos ao seu acervo, nos últimos 50 anos. Um grande destaque é o Zhang Zhidong e Modern Industrial Museum, localizado na cidade de Wuhan, no centro do país. Projetado pelo americano Daniel Libeskind, o espaço é uma homenagem ao político chinês que modernizou a indústria siderúrgica. A estrutura remete a uma grande bigorna curva que transpassa a torre central, construída em aço e vidro. Nos Emirados Árabes, o arquiteto Jean Nouvel está concluindo a mais nova sede de um famoso museu europeu: o Louvre, cuja matriz é em Paris. O exemplar construído em Saadiyar, uma das ilhas de Abu Dhabi, tem um desenho audacioso composto por uma dupla cúpula de 180 metros de diâmetro perfurada, inspirada no grande símbolo da arquitetura árabe. O espaço, que dá a impressão de ter sido suspenso sobre as águas, contará com 24.000 m² de área e receberá obras de arte do mundo inteiro. Aqui no Brasil, depois do Museu do Amanhã, de Santiago Calatrava, é a vez da nova sede do MIS – Museu da Imagem e do Som se tornar mais um cartão postal para a cidade do Rio de Janeiro. O projeto, do escritório americano Diller Scofidio + Renfro, foi inspirada nas curvas do calçadão de Copacabana e pensado para ser um boulevard vertical. A boa fase dos museus contemporâneos está apenas começando. Muitos outros ainda estão por vir. Seja no Ociente ou no Oriente, a combinação de arte e design é sempre bem-vinda em qualquer lugar do mundo!
O recém-inaugurado MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, de Lisboa. Um projeto ambicioso, que promete trazer ligações físicas e conceituais para a cidade.
Museu Nacional da História e Cultura Afro-Amaricana é uma pirâmide invertida em plena Washington. O novo Tate Modern, que ganhou mais galerias e uma arquitetura arrojada. Situado em uma velha fábrica de cimento perto de Copenhagen, o Ragnarock Museum – o novo museu de rock, pop e cultura juvenil -, pensado pelo estúdio holandês MVRDV, é parte de um plano diretor para transformar o local abandonado em um bairro criativo e símbolo da música rock.
O Museu do Louvre ganhará uma nova sede em Saadiyar, uma das ilhas de Abu Dhabi. O projeto de Jean Nouvel dá a impressão de ter sido construído sobre as águas e traz uma cúpula perfurada que promove um instigante jogo de luz e sombra sobre o acervo.
OUTROS MUSEUS INAUGURADOS EM 2016
- Museu Nacional do Blues. O centro artístico, em St. Louis, Estados Unidos, dedica-se a contar a história do Blues em um espaço de 15 mil metros quadrados.
- Museu de Arte Moderna de São Francisco. O MOMA de São Francisco volta a abrir depois de permanecer fechado para revitalizações desde 2013. O prédio passa a ter o triplo de área para exposições e deverá contar com um acervo de cerca de 3 mil obras.
- Chaplin’s World: The Modern Times Museum. Com um conjunto de prédios, o museu suíço será dedicado a Charles Chaplin e contará com itens que irão narrar a história do ator, revivendo as grandes produções do britânico que faleceu na Suíça em 1977.
- Museu Boverie. Criado em colaboração com o Museu do Louvre, o espaço contará com um acervo que promete valorizar os artistas belgas.
- Museu de Arte Audain. O espaço de 56 mil metros quadrados, no Canadá, foi criado pelo empreiteiro Michael James Audain a fim de servir de “depósito” para sua coleção particular de arte.