Dora São Bernardo em Viena, Paris do Leste Europeu

Banhada pelo Rio Danúbio, Viena é a segunda maior cidade de língua alemã no mundo. Se nesse quesito a capital da Áustria perde para Berlim, quando o assunto é qualidade de vida, ela sai na frente, tendo liderado, durante sete anos consecutivos, o ranking de melhores lugares para se viver.

Dora ficou encantada com as construções históricas e imponentes de Viena, a exemplo do Belvedre, que funcionou como residência de príncipe e, hoje, é galeria de arte. A icônica Catedral de Santo Estevão e o Majolikahaus – uma das obras emblemáticas de Otto Wagner – também chamaram a atenção da arquiteta.

Entre os muitos encantos – que a fazem, também, um dos destinos mais procurados do globo, com cerca de 12 milhões de turistas por ano – está a rica oferta cultural e artística que proporcionou à cidade fama mundial. Como falar em Viena sem citar nomes como Mozart, Gustav Klimt, Otto Wagner, Joseph Maria Olbrich, Josef Hoffmann, Kolo Moser, Adolf Loos e muitos outros expoentes de diversos segmentos, como música, pintura, arquitetura, design? E é justamente essa posição de vanguarda, com Viena sempre no centro de importantes movimentos históricos e culturais – bem como dos incontáveis cartões-postais, num show visual à parte – que fascina Dora São Bernardo. “Além do lado histórico dos prédios, edificações públicas, igrejas, catedrais, castelos e palácios, fiquei encantada com a riqueza cultural e artística da cidade. Para mim, falar em Viena é como ouvir Mozart ou passar horas diante do quadro O Beijo, de Gustav Klimt. É também viajar para o passado e sentir a força da juventude durante a virada do século XIX para o século XX, com a secessão vienense e a ascensão do estilo jundgestil e a Art Nouveau, na França”, comenta a arquiteta, que esteve lá, pela segunda vez, em outubro do ano passado e vibrou não apenas com a arquitetura mas também com peças utilitárias e de mobiliário desse período tão marcante.

Entre os passeios imperdíveis para os amantes de design, Dora destaca o Museu Artístico de Artes Aplicadas (Mak), que reúne um rico acervo de artes decorativas com ótimos exemplares de objetos do estilo jugendstil – muitos deles assinados pelos designers mais importantes da época, como Josef Hoffmann e Kolo Moser. Para ela, a Catedral de Santo Estevão (nomeada em homenagem ao primeiro mártir cristão) é outra parada obrigatória. Também chamada de “Steffl” – ou Stephansdom, em alemão – trata-se de uma construção original do século XII, de grande valor para a arquitetura mundial até hoje por seu estilo românico, com um característico telhado azulejado. “É alma da cidade e fica na bela Stephansplatz, na região central”, complementa a profissional, que faz questão de elaborar seus próprios roteiros e conhecer os locais a fundo. “A minha relação com as cidades não começa ao chegar e, tampouco, termina quando vou embora. Faço muitas pesquisas antes de embarcar e vibro ao ver tudo aquilo ao vivo, sempre acompanhada da sensação de que já vivi naquele lugar ou mesmo de imaginar a movimentação do passado. Para mim, estar em Viena, por exemplo, é estar na Corte”.

Também conhecido como Palácio de Versalhes de Viena, o SCHONBRUN foi construído em 1713 para ser a residência de verão da família imperial, tendo sido concluído durante o reinado da imperatriz Maria Teresa. Em 1918, o palácio, o parque e o zoológico passaram a ser propriedade da nova república e, desde 1996, são considerados Patrimônio Cultural da Humanidade. Assinada pelo arquiteto Otto Wagner e com fachada ornamentada com projeto gráfico de Joseph Olbricht, a estação Karlsplatz inaugurou uma nova fase (Sezessionstil), sendo considerada um marco da arquitetura vienense pós-secessão.

SECESSÃO VIENENSE

PRÉDIO DA SECESSÃO. Desenhado por Joseph Maria Olbrich, o edifício em estilo jugendstil foi construído para abrigar obras de artistas e designers radicais e revolucionários do período, tendo sido inaugurado em 1898, com a II Exposição da Secessão. Entre as obras mais famosas do prédio, que também recebe exposições contemporâneas, está a pintura
O friso de Beethoven, de Gustav Klimt (1902).

PAVILHÕES DA KARLSPLATZ. Além da bela construção – estruturada em ferro e revestida em materiais nobres como mármore Carrara e cobre -, o adorável pavilhão de Karlsplatz, construído em 1897 como parte da nova estação ferroviária da cidade, abriga em seu Pavilhão Oeste um espaço de exposições do Museu de Viena, com uma perspectiva detalhada do legado arquitetônico de Otto Wagner para a cidade.


Viena…

… CHARMOSA E EFERVESCENTE,
MAJESTOSA E IMPERIAL, VIENA É
A PARIS DO LESTE EUROPEU.

Gastronomia

ZUM WEISSEN RAUCHFANGKEHRER. Um dos restaurantes mais antigos e tradicionais de Viena – e também um dos primeiros a não aceitar fumantes -, o Zum Weissen Rauchfangkehrer reúne o melhor da gastronomia vienense e austríaca com uma excelente e variada carta de vinhos. Recomenda-se fazer reserva!

MERCADO NASCHMARKT. Colorido e animado, o Naschmarkt é uma excelente opção para desfrutar das frutas e comidas típicas da região em um ambiente descolado e ao ar livre, que funciona como um um misto de feira e mercado municipal, com cafés, restaurantes e o plus de um mercado de pulgas aos sábados. Em português, Nashen equivale à palavra “beliscar”. Ou seja, é o lugar perfeito para comer de tudo um pouco.

Museus

MAK. O Museu de Artes Aplicadas abriga um acervo bem completo, que vai desde a Idade Média até os dias de hoje, com destaque para os objetos do estilo jugendstil. Além da coleção permanente, que inclui móveis, vidros, porcelana, prata e têxteis – estruturados de acordo com os períodos culturais -, lá também são realizadas exposições temporárias.

MUSEU DE HISTÓRIA DA ARTE. Inaugurado em 1891, o Museu de História da Arte de Viena (Kunsthistorisches Museum, em alemão) foi construído para abrigar a vasta coleção imperial dos Habsburgos. Hoje, seu acervo engloba desde peças da Antiguidade Grega, Romana e Egípcia até a arte barroca. Em frente a ele, do outro lado da praça Maria Theresia Platz, fica o Museu de História Natural.

Prédios públicos

STAATSOPER-ÓPERA. A Ópera Estatal de Viena foi inaugurada em 1869, com a ópera Don Giovanni, de Mozart. Em decorrência de um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial – que incendiou o palco e o auditório, bem como uma boa parte do acervo decorativo e de figurino -, o prédio de estilo neorrenascentista teve que ser reconstruído. Além dos espetáculos, a casa, atualmente, recebe visitas guiadas

NEUES RATHAUS. Ao passear ao longo do Ringstrasse, anel viário que demarca a região central da cidade, o visitante pode se maravilhar com o Neues Rathaus, prédio que substituiu o Altes Rathau como nova sede da Prefeitura de Viena. A construção, de arquitetura imponente, é considerada a mais cara entre todos os edifícios monumentais erguidos no final do século XIX.

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