POR SÍLVIO RABELO
De forma intuitiva e autodidata, Sílvio Rabelo encontrou um meio de expressar o amor pela arte.
Pode-se dizer, literalmente, que a admiração pela arte criou o artista Sílvio Rabelo. Ao desejar ter em casa obras de gênios como Cândido Portinari e Pablo Picasso, porém sem os recursos financeiros necessários para isso, o jovem de mente inquieta começou a explorar restos de madeira na tentativa de reproduzir as telas consagradas que ele tanto gostava. Dessa forma, de maneira totalmente intuitiva e autodidata, nasceu o envolvimento com a marchetaria, técnica que consiste em ornamentar superfícies planas por meio da incrustração de diversos materiais, utilizando a madeira como principal suporte. Desde então, já se vão quase quatro décadas de dedicação às artes plásticas.
Desenhista, pintor e escultor, Silvio agrega a herança cultural de suas raízes interioranas à paixão por vários estilos artísticos e uma forte multiplicidade empírica para construir um trabalho de grande subjetividade e expressão marcante. A sua produção, que também é composta por pinturas e esculturas, contempla retratos, imagens abstratas e releituras de quadros famosos, como, por exemplo, a “Santa Ceia”, de Leonardo Da Vinci, e “Moça com Brinco de Pérola”, de Johannes Vermeer, todos feitos a partir de retalhos de madeiras, com detalhes minuciosos. Outras temáticas recorrentes em sua obra são referências à cultura sertaneja e imagens sacras, sobretudo representações de São Francisco e Nossa Senhora, que ajudam a estabelecer uma linguagem essencialmente autoral. Um diferencial marcante é que o escultor não utiliza qualquer tipo de pigmentação artificial para criar os painéis, se valendo sempre da coloração natural da madeira para obter a riqueza cromática de cada desenho, agregando um aspecto mais rústico e espontâneo às suas criações. Como reconhecimento dessa originalidade, o trabalho de Sílvio Rabelo compõe acervos relevantes no Brasil e no exterior, além de já ter sido exibido em diversas ocasiões no estado. O Museu da Cultura Cearense, o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Museu da Cachaça e o Tribunal Regional do Trabalho já abrigaram exposições individuais do artista, que construiu uma trajetória singular baseada no amor pela arte como forma de expressão sensorial e pelo afiado senso criativo fundamentado na constante experimentação.