Cidade portuária localizada no extremo norte da Europa, Helsinque tem a essência do comportamento e da estética nórdica. Fora dos grandes roteiros turísticos, a capital da Finlândia revela uma forte cultura sustentável e uma arquitetura notável por uma imponência minimalista.
Visitar Helsinque é como respirar a essência do espírito nórdico. Com cerca de 800 mil habitantes, a capital da Finlândia não é um destino turístico famoso. No entanto, o estilo de vida “slow” dos finlandeses transformam a visita à cidade em uma experiência bastante enriquecedora culturalmente. Nossa editora-chefe, Sofia Linhares, relata as impressões mais marcantes e como aproveitar o melhor que a cidade pode oferecer. “O que mais me chamou a atenção foi o modo de viver deles. Enquanto o resto do Ocidente começa realmente a cuidar de uma alimentação baseada em ingredientes frescos e naturais, a valorizar o tempo e a se preocupar com as questões da sustentabilidade, isso é absolutamente natural para eles”, explica.
Esse apelo sustentável se reflete em vários aspectos da vida local, sobretudo no foco em aproveitar bem os recursos naturais, da alimentação à arquitetura e ao design, passando por produtos de uso cotidiano. “Helsinque parece uma combinação de dois estilos escandinavos, o Hygge (da Dinamarca) e o Lagom (da Suécia)”, detalha Sofia, destacando as duas propostas que valorizam o bem-estar, o consumo essencial e a integração com a natureza e a simplicidade como elementos mais importantes do morar. A paisagem urbana e as principais construções da cidade revelam um universo minimalista baseado nesses conceitos. “É uma arquitetura surpreendentemente impactante, mas sem ostentação”, comenta.
De forte tradição protestante luterana, dois dos pontos mais visitados são templos religiosos. A Temppeliaukio Kirkko, também conhecida como Igreja de Pedra, foi feita com um monolítico de granito incrustrado no solo, na qual apenas a cúpula e o teto em cobre podem ser vistos da superfície. Já a Capela Kamppi, ou Igreja do Silêncio, é um lugar que pode ser definido como “a paz absoluta”, diz Sofia Linhares. Todo em madeira curvada, o destaque do prédio de 11,5 metros de altura fica por conta do teto em placas de gesso, que têm efeito de insonorização. Outros pontos que valem a visita são o Museu de Arte Moderna Amos Rex, a arrojada biblioteca Oodi Library Center e a imponente escultura formada por mais de 600 tubos de aço, em homenagem ao compositor erudito Jean Sibelius, nome musical mais relevante da história do País. “Um lugar totalmente de vanguardista em qualidade de vida, repleto de experiências transformadoras”, finaliza.
A introspectiva e impactante Igreja do Silêncio.
DICAS IMPORTANTES
PLANEJAMENTO. No começo do ano, as temperaturas negativas são o padrão. A melhor época para visitar a cidade é entre junho e agosto, no verão, onde os termômetros chegam a registrar 20 °C, e, além do acesso aéreo, é muito fácil chegar por via marítima. Além de muito propícia para caminhadas, a cidade possui metrô e os tradicionais bondinhos para auxiliar nos deslocamentos urbanos.
ESTADIA E ALIMENTAÇÃO. O hotel boutique Klaus K traduz muito do estilo de vida local, produzindo diretamente os ingredientes das refeições e itens de higiene pessoal oferecidos aos hóspedes. Por ser região portuária, pescados e mariscos são a base da culinária finlandesa. “Tudo é muito fresco, o que dá um sabor especial aos pratos”, diz Sofia. O caviar e a sopa de salmão é comuns na região, uma indicação imperdível. Para os que gostam de experimentar coisas bem diferentes, a carne de urso é facilmente encontrada.
CURIOSIDADE. Um hábito local bastante difundido é o uso de sauna. “Praticamente todas as casas têm uma, e existe um complexo de entretenimento no porto, no qual as pessoas fazem sauna e depois mergulham nas frias águas do oceano”, relata Sofia Linhares.
